A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) recebeu na manhã desta segunda-feira (17) o “Workshop Fertilizantes no Mato Grosso: Hub do Centro de Excelência em fertilizantes do Brasil no Mato Grosso e Cooperação Internacional com Centro Internacional para Desenvolvimento de Fertilizantes (IFDC)”. A ação integra os esforços da Universidade, junto ao Estado, para o desenvolvimento de tecnologias e inovação para o fortalecimento da ciência e economia.
Dentre os objetivos, o evento, que aconteceu no Câmpus de Cuiabá, apresentou a proposta da estruturação do Hub de Fertilizantes no MT, bem como falou sobre a construção de um programa internacional de colaboração permanente de longa duração entre instituições de Mato Grosso. Ainda na pauta estava o Centro Internacional para Desenvolvimento de Fertilizantes (IFDC), dos EUA, e apresentação da Comissão de Fertilidade do Solo de MT.
O secretário de Relações Internacionais da UFMT, professor Sérgio Roberto de Paulo, destacou que a ação integra o contexto brasileiro de retomar estudos para a produção de fertilizantes. “Então, existe um plano nacional para a retomada da produção de fertilizantes no Brasil, e o Centro de Desenvolvimento de Fertilizantes Internacional, que está nos visitando hoje em dia, está assumindo um compromisso de ajudar o Brasil a voltar a ser um produtor e mudar a matriz econômica que baliza a economia, particularmente do estado de Mato Grosso”, disse.
Para o vice-presidente e cientista-chefe de pesquisa da IFDC, Upendra Singh, a aproximação com a Universidade e o Estado será importante e de via dupla. “Atuamos com fertilizantes orgânicos, biológicos e também uma combinação de fertilizantes sintéticos, para ter certeza de que não estão tirando nutrientes do solo”, destacou, complementando que ainda em pauta estão a parte de recuperação de solos e de mapeamento digital para a recomendação de fertilizantes.
Pesquisa, campo e desenvolvimento
Presente no encontro, o pró-reitor de Pesquisa da UFMT, professor Bruno Araújo, falou sobre a pesquisa e a inovação nesse processo de construção do hub, para além dos aspectos de internacionalização da pesquisa. “A UFMT, como instituição de referência nestas áreas, está aberta e está aqui para reforçar o apoio institucional a essa área”, destacou, complementando sobre a importância também do alinhamento entre desenvolvimento econômico e a conservação ambiental, que é uma preocupação global.
Em sua fala, Leny Rosa Filho, médico veterinário, atualmente Superintendente Federal de Agricultura do Estado de Mato Grosso, trouxe dados que revelam que o Brasil é responsável atualmente por cerca de 8% do consumo global de fertilizantes, ocupando a quarta posição, atrás apenas da China, Índia e dos Estados Unidos. “Soja, milho e cana-de-açúcar respondem por mais de 73% do consumo de fertilizantes no Brasil. Alimentos historicamente destinados ao abastecimento do mercado interno, como feijão e arroz, ainda apresentam grande margem para ganhos de produtividade agrícola, mas não mais suscetíveis à volatilidade dos preços de insumos agrícolas no mercado internacional”, disse.
Também na mesa, Linacis Roberta Pinho da Silva, Superintendente de Agronegócios e Crédito da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de Mato Grosso (Sedec), falou sobre a aprovação da lei estadual sobre fertilizantes. “No mês de dezembro, o Estado aprovou uma lei de fertilizantes, espelhada na Lei Nacional. Então, em sintonia com esse trabalho, nós pretendemos que seja exitosa essa colaboração, tanto do setor público, privado, do setor de pesquisa, em prol do desenvolvimento dessa cadeia de fertilizantes no Estado de Mato Grosso e no Brasil’, disse, falando ainda sobre o diálogo para a segurança alimentar e outros itens importantes para a promoção da sustentabilidade ambiental.
O secretário adjunto de Desenvolvimento Científico, Tecnológico e de Inovação, Rodrigo Zanin, pontuou que eventos como esse, são o caminho que o Estado precisa tomar. “ Então, vou deixar aqui meus cumprimentos ao docente da UFMT Milton Moraes, que já vem lutando, já vem militando no Mato Grosso há um bom tempo para que tudo isso possa acontecer”, destacou, deixando o empenho da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso, e o Parque Tecnológico à disposição.