O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) fez duras críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e cobrou uma postura mais firme do Senado diante do que chamou de “ditadura do Judiciário”. A declaração foi dada durante participação na Norte Show 2025, uma das maiores feiras do agronegócio do país, realizada em Sinop.
Um dos exemplos recentes dos abusos do STF, apontado pelo parlamentar, foi a negativa do ministro Alexandre de Moraes à extradição de um traficante à Espanha. Segundo ele, a decisão teria sido motivada por uma retaliação diplomática envolvendo o jornalista Oswaldo Eustáquio.
“Confesso que não sei mais o que fazer. Hoje vivemos sob uma ditadura do Judiciário. Não há instância superior ao ministro Alexandre de Moraes. Aquilo que aprendi na faculdade de Direito, joguei no lixo. Inclusive o livro de Direito Constitucional escrito por ele, que é bom, mas ele não aplica nada do que escreveu. Se a Constituição fosse cumprida à risca, grande parte dos problemas do país estariam resolvidos”, desabafou em entrevista durante visita à Norte Show, em Sinop.
Questionado sobre a letargia do Senado diante desses embates institucionais, o deputado foi direto: nenhum senador chegou ao cargo sem voto.
“O Senado não chegou lá sozinho. Diferente dos ministros do STF, os senadores foram eleitos com voto popular. A culpa também é do povo que continua votando por R$ 50 ou uma cesta básica. Quer mudar o STF? Vote melhor no Senado, porque é ele o responsável por fiscalizar e, se necessário, abrir processo de impeachment contra ministros do Supremo.”
O deputado foi questionado em relação a letargia na decisão sobre a Ferrogrão, cujo projeto está parado por força de ação de um partido político junto ao Supremo. A única obra de ferrovia que está em execução em Mato Grosso, é uma estadual. A Ferrogrão, que é estratégica para o escoamento da produção do Centro-Oeste, segue indefinida.
Apesar de afirmar não conhecer detalhes sobre a situação da rodovia mencionada durante a entrevista, Nikolas reforçou que o excesso de poder concentrado no Judiciário compromete o desenvolvimento do Brasil e que é necessário que a população cobre mais responsabilidade e ação de seus representantes no Congresso.
“Eu tenho desconhecimento a respeito da ferrovia, mas sim, a realidade é que o nosso judiciário tem monopolizado o poder de todo nosso país. Isso é muito triste”.