O governador Mauro Mendes (União) detonou o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), pela falta de interesse em liberar a construção da Ferrogrão, projeto de ferrovia que pretende conectar Mato Grosso ao porto de Miritituba no Pará.
O governador disse que o Governo Federal pediu que ele indicasse quatro projetos prioritários para o desenvolvimento do estado que precisavam da ajuda da União e ele indicou a Ferrogrão, além das rodovias federais BR-158, BR-080 e BR-242.
“Sabe o que que andou até agora? Quatro quilômetros da BR-158 que foi asfaltado até agora. Quatro quilômetros. Então, gente, pelo amor de Deus, né? Na época eles queriam até tirar a Ferrogrão do PAC, lá desse programa deles, eu falei com o [ministro da Casa Civil] Rui Costa, no final deixou. Deixou, mas pouca coisa andou, quase nada andou”, disse o governador em entrevista ao podcast da Aprosoja Mato Grosso.
Para Mauro, o tema é de suma importância porque a tendência é que a produção agrícola do estado chegue a 150 milhões de toneladas nos próximos anos, o que pode sobrecarregar as vias que existem hoje para o escoamento desses produtos.
“Não vai sair tudo isso por Santos, pela Rota Sul. Nós precisamos fortalecer a Rota Norte, né? Porque ela cria uma perspectiva de logística. E cria da concorrência”, disse.
Para o governador, o projeto é viável, mas não anda porque a ministra Marina Silva não quer.
“Ela [a ferrovia] é extremamente viável, mas a área ambiental do governo, vamos botar nome nos bois, a ministra Marina, área ambiental do governo, é contra. É um absurdo. Esse é o pseudo-ambientalismo, é aquele que fala que defende o meio ambiente, mas defende vírgula, tá defendendo interesses daqueles que jogam contra o Brasil”, afirmou.
A legalidade projeto da Ferrogrão foi parar no Supremo Tribunal Federal (STF) em razão das disputas relacionadas aos impactos ambientais.
Em mais de uma oportunidade, Mauro disse que os maiores obstáculos ao projeto vêm de militantes ambientalistas que são usados por governos estrangeiros, como a França, que não tem interesse de ver o Brasil melhorando a sua capacidade de distribuir a produção agrícola no mercado internacional.
