O Poder da Comunicação na Educação Especial

A comunicação é a base da conexão humana. Para muitos, expressar sentimentos, necessidades e ideias é algo natural e espontâneo. No entanto, para crianças autistas, com TDAH e surdas, essa simples troca de informações pode se tornar um grande desafio. Como jornalista e intérprete de Libras no contexto político, tenho vivido de perto a importância da comunicação como ferramenta de inclusão e empoderamento.

Na educação especial, a comunicação vai muito além das palavras. Ela se manifesta de diferentes formas: pela Libras, por imagens, gestos, expressões faciais, tecnologia assistiva e até mesmo pelo silêncio. O maior desafio não está apenas em ensinar essas crianças a se expressarem, mas em criar um ambiente onde elas sejam compreendidas e respeitadas. É preciso que professores, familiares e profissionais de diversas áreas se conscientizem de que a comunicação é um direito, e que, quando bem trabalhada, transforma realidades.

As crianças autistas, por exemplo, podem ter dificuldades em compreender sinais sociais ou expressar emoções verbalmente. Crianças com TDAH enfrentam desafios em manter a atenção e organizar pensamentos para se comunicarem com clareza. Já as crianças surdas, muitas vezes, crescem em ambientes onde a Libras não é valorizada, o que compromete seu desenvolvimento linguístico e social. Ignorar essas barreiras é perpetuar um ciclo de exclusão que afeta não só as crianças, mas também suas famílias e comunidades.

No entanto, quando essas barreiras são quebradas, o impacto é extraordinário. Tenho visto crianças que antes se isolavam se tornarem protagonistas de suas próprias histórias ao aprenderem novas formas de comunicação. Vi mães emocionadas ao perceberem que, pela primeira vez, conseguiam entender verdadeiramente seus filhos. Vi professores ressignificarem sua prática pedagógica ao adotar uma abordagem mais acessível e inclusiva.

Mais do que dar voz, a comunicação proporciona autonomia. Muitas dessas crianças têm potencial e sonhos, mas, sem meios eficazes de se expressarem, acabam sendo silenciadas pelo medo ou pela falta de oportunidades. Nosso papel como comunicadores, educadores e sociedade é criar pontes para que cada uma delas possa ser ouvida e respeitada.

A comunicação acessível não é apenas um direito fundamental, mas uma necessidade urgente. Se queremos um futuro mais inclusivo, precisamos, antes de tudo, garantir que todas as vozes – mesmo as que ainda não aprenderam a falar – tenham espaço para serem ouvidas.

Josemar Macena é formando em Jornalismo pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Intérprete de Libras pelo Centro de Apoio e Suporte à Inclusão da Educação (CASIES), Social Media e Videomaker.