Em um discurso marcado por declarações fortes e tom de enfrentamento, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar duramente o Supremo Tribunal Federal (STF) e afirmou que seus adversários querem vê-lo fora da vida pública — ou até morto. A fala ocorreu neste domingo (6), durante uma manifestação massiva na Avenida Paulista, em São Paulo, que reuniu cerca de 500 mil apoiadores em defesa da anistia aos presos e condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023.
“Eu sou uma espinha na garganta do sistema. Se eles acham que eu vou fugir, estão muito enganados”, disse Bolsonaro, sob aplausos e gritos de apoio. O ex-presidente reafirmou seu compromisso com o Brasil e evocou sua trajetória política: “Fiz um juramento de morrer pela pátria. O que esses canalhas querem é me matar! E eu provei que esse país tem jeito. Um caipira, do interior de São Paulo, chegou à Presidência. Só Deus explica. Tamanho milagre”.
O ato, convocado por lideranças da direita, contou com a presença de diversas figuras políticas e religiosas, como o pastor Silas Malafaia, um dos organizadores do evento, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), além de governadores e parlamentares de vários estados. O movimento, que inicialmente enfrentava desconfiança quanto à sua capacidade de mobilização, surpreendeu pela expressiva adesão popular.
Malafaia e Nikolas se destacaram entre os discursos do evento, ambos fazendo duras críticas ao Judiciário e defendendo a anistia. “Estamos aqui para dizer às autoridades que o povo quer justiça e perdão para os patriotas injustamente condenados”, afirmou Malafaia. Já Nikolas declarou: “Este povo não vai aceitar calado o abuso de poder. O que houve foi uma tentativa de criminalizar uma opinião política”.
Com bandeiras do Brasil, camisetas verde e amarela e faixas com dizeres como “anistia já” e “liberdade aos patriotas”, os manifestantes demonstraram que a pauta ainda mobiliza parte significativa da base bolsonarista. Para muitos, o objetivo do ato foi claro: pressionar o Congresso Nacional e o Judiciário a reverem as punições aplicadas a manifestantes do 8 de janeiro.
O evento mostrou que Bolsonaro continua sendo o principal nome da oposição ao governo Lula e uma figura central na articulação política da direita. Mesmo fora do Planalto, o ex-presidente reforça sua narrativa de resistência e perseguição, mantendo acesa a chama de um movimento que, neste domingo, voltou a ocupar com força as ruas do país.