O ex-presidenciável e fundador do partido Novo, João Amoêdo, voltou ao centro do debate político neste fim de semana ao fazer duras críticas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem declarou apoio no segundo turno das eleições de 2022. Em entrevista publicada no sábado (20) pelo site Poder360, Amoêdo classificou a gestão petista como “medíocre” e afirmou que Lula “faz um trabalho ruim”.
Decepcionado com os rumos do governo, Amoêdo argumentou que o presidente “não se renovou”, demonstrando “pouca iniciativa” e deixando de priorizar medidas que garantam a responsabilidade fiscal. Para o empresário, essa postura tem contribuído para a alta da inflação e dos juros, corroendo o poder de compra da população e prejudicando o ambiente econômico.
“Lula não é um bom gestor. Ele não busca soluções novas e repete práticas antigas, que não funcionam mais”, afirmou Amoêdo. Apesar das críticas ao presidente, o fundador do Novo poupou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a quem atribuiu um “bom trabalho”. Segundo Amoêdo, Haddad é um dos poucos nomes técnicos do governo, mas frequentemente é “sabotado pelo próprio presidente e pelo PT”.
Amoêdo também sugeriu que Lula anuncie que este será seu último mandato e que aproveite oportunidades comerciais no cenário internacional — como a nova política tarifária dos Estados Unidos contra países concorrentes — para fortalecer a economia brasileira.
A entrevista repercutiu fortemente nas redes sociais e em veículos como Gazeta do Povo e Revista Oeste, reacendendo o debate sobre o voto crítico dado por alguns opositores de Jair Bolsonaro em 2022. A fala de Amoêdo também provocou reações entre eleitores que se dizem frustrados com os primeiros anos do terceiro mandato de Lula.
A crítica contundente ganha ainda mais peso por vir de uma figura pública que, mesmo com divergências ideológicas, optou por apoiar o petista no segundo turno da última eleição. A mudança de tom revela o distanciamento crescente entre setores da centro-direita liberal e a atual gestão federal.