Após a morte do papa Francisco, o cardeal dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, disse em coletiva de imprensa, na manhã desta segunda-feira (21/4), que a Igreja Católica tem feito um processo de abertura para fora do continente europeu nas últimas décadas e que “ninguém deveria se surpreender” se o próximo pontífice escolhido for um cardeal africano ou asiático, o que seria inédito.
Após a morte do papa Francisco, o cardeal dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, disse em coletiva de imprensa, na manhã desta segunda-feira (21/4), que a Igreja Católica tem feito um processo de abertura para fora do continente europeu nas últimas décadas e que “ninguém deveria se surpreender” se o próximo pontífice escolhido for um cardeal africano ou asiático, o que seria inédito.
Ao ser questionado pelo Metrópoles, Odilo disse que “o colégio dos cardeais hoje está muito mais internacionalizado do que antes” e que esse processo de abertura começou nos anos 1950 e se intensificou nas últimas décadas.
“O colégio dos cardeais era, sobretudo, italiano e europeu, depois foi abrindo mais e mais. Papa João Paulo II já escolheu muitos cardeais da América, da América Latina, alguns da África e Ásia. Depois, papa Bento XVI também continuou na abertura mais e mais e o papa Francisco ainda mais, de modo que hoje o colégio de cardeais, realmente é muito menos italiano, muito menos europeu”, disse o cardeal brasileiro.
“A maioria, a grande maioria dos cardeais, não são mais europeus. América Latina e do Norte têm um grande peso, a África tem um peso significativo e a Ásia também tem um peso no colégio de cardeais”, completou.
Odilo Scherer realizou uma coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira e deverá viajar na manhã de terça (22/4) para Roma, para participar do velório do papa Francisco. Na capital italiana, ele deve se reunir com os seus cardeais brasileiros aptos para participar do conclave.
Além da possibilidade de o novo papa ser de fora do continente europeu, Odilo falou do legado de Francisco, ressaltando, entre outros aspectos, que teve a firmeza para “corrigir uma chaga moral” presente no clero, em menção aos casos de pedofilia envolvendo padres da Igreja Católica.
Após a coletiva de imprensa, o cardeal ainda celebrou uma missa na Catedral da Sé, no centro de São Paulo, em homenagem ao papa Francisco.