O advogado Tony Buzbee, que representa a mulher que denunciou Jay-Z por estupro, em 2000, quando tinha apenas 13 anos, veio a público, na noite de domingo (8), para revelar que tem sofrido perseguição e assédio.
Através do Instagram, o representante legal de “Jane Doe” [pseudônimo coletivo usado para se referir a uma mulher quando o seu nome verdadeiro é desconhecido ou intencionalmente oculto], como a suposta vítima tem sido chamada, contou que ele, sua família, antigos clientes e até funcionários estão sendo coagidos e forçados a prejudicá-lo de alguma forma.
“Reconhece esse cara? Esta é uma foto do Comandante do Pelotão de Armas, Companhia Alfa, Primeiro Batalhão, Quarta Marinha do nosso antigo livro de cruzeiros do Pacífico Ocidental”, começou ele na legenda de uma foto antiga.
E desabafou: “Apesar do esforço coordenado e agressivo que inclui assediar meus filhos, contatar clientes e antigos clientes para encorajá-los a me processar, contatar meus colegas e antigos funcionários para perguntar se fui abusivo com eles, aparecer na casa de meus atuais funcionários para assediá-los, entrar com processos frívolos contra mim e meu escritório de advocacia, me difamar com afirmações ultrajantes para quem quiser ouvir e colocar pessoas misteriosas para seguirem a mim e à minha família, ainda sou aquele cara. Não vou ser intimidado”, garantiu.
Em seguida, Tony Buzbee continuou seu relato: “As pessoas irão ver além desse esforço para desacreditar a mim e a meus clientes, a verdade será revelada. Também não permitirei que ninguém mais assuste meus clientes para que eles fiquem em silêncio. A luz do sol é o melhor desinfectante e tenho certeza de que o sol está chegando”, encerrou ele, que bloqueou os comentários na postagem.
A acusação de estupro
O rapper e empresário norte-americano Shawn Carter, mais conhecido como Jay-Z, foi acusado, por meio de uma denuncia anônima, de estuprar uma menina de 13 anos em 2000. Segundo o portal de notícias dos Estados Unidos NBC News, o crime teria ocorrido junto com o também rapper Sean Combs, o P. Diddy.
Jay-Z foi incluído no processo federal no domingo (8). No entanto, a ação foi originalmente aberta em outubro e já tinha Diddy como réu.P. Diddy foi preso em 16 de setembro, acusado de tráfico sexual, extorsão e agressões. Ele se declarou inocente em todas as acusações e aguarda o julgamento, que deve ocorrer apenas em maio de 2025, no Centro de Detenção Metropolitano (MDC) no Brooklyn, em Nova York.
A vítima, identificada apenas como “Jane Doe”, disse que a agressão, consumada por Jay-Z e P. Diddy, aconteceu após ela ser levada para uma festa depois do MTV Video Music Awards, nos Estados Unidos.A gravadora Roc Nation, empresa de Jay-Z, divulgou uma nota nas redes sociais indicando que o rapper nega todas as acusações e as classificou como “hediondas” e “ridículas”.
“Essas alegações são de natureza tão hedionda que imploro que você apresente uma queixa criminal, não civil! Quem cometeria tal crime contra um menor deveria ser trancafiado, não concorda?”, diz trecho da nota.Jay-Z e Diddy são amigos de longa data, com negócios tanto no mundo da música como nos negócios. Os rappers chegaram a formar um trio com o cantor R Kelly, condenado a 20 anos de prisão por pornografia infantil e outros crimes.
Rapper era considerado testemunha-chave
Sean Diddy Combs foi preso, em setembro, após ser acusado de tráfico sexual, associação criminosa e extorsão e Jay-Z ficou em uma situação delicada. Amigo de Diddy, o rapper pode ser intimado a testemunhar se o caso for para julgamento.
Na ocasião, Jay-Z chegou a ser considerado uma peça-chave na investigação contra Diddy. Apesar da possibilidade, que transformaria o caso, o ex-procurador Neama Rahmani afirmou ao The Sun que esse testemunho é pouco provável.
“Jay-Z pode ser intimado, mas é provável que invoque seu privilégio da Quinta Emenda contra a autoincriminação e se recuse a testemunhar”, disse Rahmani, indicando que essa seria uma estratégia comum para evitar maiores complicações legais.
O promotor ressaltou ainda que “seria uma reviravolta chocante se algum dos amigos ricos e poderosos de Combs participasse dos atos sexuais e se ele os denunciasse, como Jeffrey Epstein ou Ghislaine Maxwell deveriam ter feito”.