O delegado Caio Albuquerque afirmou durante coletiva na manhã desta sexta-feira (14.03) que, preliminarmente, os envolvidos no caso do homicídio da adolescente Emilly Azevedo, 16 anos, grávida de nove meses, tinham álibis para provar que não participaram do crime – com exceção de Nataly Hellen Pereira, 25 anos, que confessou autoria no crime.
Segundo os depoimentos, a primeira pessoa a chegar na casa depois que Nataly matou e enterrou a adolescente foi o irmão de Nataly, identificado com as iniciais C.M.P. Em seguida, chegou o cunhado de Nataly, identificado com as iniciais A.O.S.. Este último, teria usado quatro potes de açaí com água para limpar o sangue no local e alegou que não desconfiou de nada.
Em seguida, o irmão de Nataly foi juntamente com o cunhado para o Hospital Santa Helena. No local, a equipe médica desconfiou do depoimento e a Polícia Civil foi acionada.
Álibi do marido
Em depoimento, o companheiro de Nataly, C.A.C.A., afirmou que na quarta-feira (12) – data do crime – havia chegado ao trabalho por volta das 9h e durante o dia não falou com a acusada. Que só ficou sabendo do suposto parto de Nataly por volta das 16h, quando já estava em casa e o cunhado da suspeita foi até lá afirmando que o bebê que estava para nascer.
Ele declarou que não acompanhou a acusada no hospital, visto que a irmã de Nataly estava junto. O companheiro de Nataly também afirmou que questionou se ele não deveria ter acompanhado o parto, mas sua cunhada afirmou que tudo aconteceu de forma rápida.
Álibi do irmão
O irmão de Nataly e dono da residência onde ocorreu o crime, C.M.P., afirmou que na data do ocorrido estava trabalhando fazendo um orçamento e às 14h30, após o almoço, ligou para sua companheira, momento em que ela declarou que Nataly havia dado a luz na casa deles. Ao retornar para casa, após tentar buscar sua esposa na empresa, por volta das 15h, encontrou a acusada no quarto dos fundos envolvida em uma toalha e com a recém-nascida no colo.
Na ocasião, seu cunhado A.O.S., também preso por envolvimento, estava no local com Nataly. C.M.P. declarou que colocou a irmã e a bebê no carro e as levou para o hospital, momento em que A.O. foi buscar o marido de Nataly.
Álibi do cunhado
A.O.S., marido da irmã da Nataly, declarou que na terça-feira (11) recebeu uma ligação de Nataly pedindo que ele lhe acompanhasse em uma consulta média na quarta-feira. Na manhã do ocorrido, ele enviou mensagens à acusada perguntando como ela estava. Sabendo que Nataly teria 'marcado' uma consulta no Hospital Júlio Muller, ele foi até o local para espera-lá, mas não conseguiu informações sobre ela. Como álibi ele afirmou que comeu na unidade médica e tem o comprovante.
Após a acusada não comparecer na unidade, ele foi trabalhar como motorista de aplicativo. Algum tempo depois a acusada teria lhe ligado afirmando que a bebê havia nascido. Cabe-se destacar que A.O. afirmou que quando trocou mensagem com Nataly na parte da manhã, ela afirmou que estava na companhia da cunhada – esposa de C.M..
A.O. afirmou que permaneceu na residência em que ocorreu o crime por cerca de 15 minutos, enquanto aguardava o irmão de Nataly chegar para levá-las ao hospital e, durante esse tempo, jogou água no chão para tirar o excesso de sangue. Posteriormente foi buscar o marido da acusada. Ele alega que não percebeu que havia nada de estranho.
Depois dos interrogatórios, o delegado Caio afirmou que todas as informações foram checadas para chegar à deliberação final, de que Nataly havia agido sozinha. Os envolvidos foram liberados no final da noite de quinta-feira (13). Apesar disso, as investigações seguem para checar se, de fato, não houve participações no crime e no planejamento que antecedeu o homicídio.