O perito da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), Luis Paoli, afirmou à imprensa que a cena da adolescente Emilly Azevedo Sena, asfixiada e com a barriga dilacerada, foi uma das mais chocantes que presenciou em 12 anos de profissão. O corpo da gestante, de 16 anos, foi encontrado na manhã desta quinta-feira (13).
“Normalmente a gente já tem uma prévia do contexto, mas eu tenho 12 anos de perícia de local e foi uma das reações mais difíceis que eu já tive para me conter, da emoção de ver uma menina com o abdômen aberto e as mãos presas nas costas. Senti um peso enorme do trabalho que a gente faz”, relatou.
O profissional disse que presenciou umas cenas de crime mais cruéis da carreira e precisou se recompor antes de retomar o trabalho de perícia e remoção do corpo.
A vítima, que estava desaparecida desde quarta-feira (12), foi encontrada enterrada no quintal de uma residência no bairro Jardim Florianópolis, em Cuiabá. No momento, o cadáver está sob responsabilidade do Instituto Médico Legal (IML) para o exame de necropsia.
Sobre o caso
Segundo a Polícia Civil, a adolescente foi vista pela última vez quando saiu de Várzea Grande para buscar roupinhas de bebê prometidas por uma mulher desconhecida. As doações tratavam-se de uma emboscada.
Até o momento, ao menos 4 suspeitos foram conduzidos à delegacia. Entre eles, uma mulher que foi denunciada por uma enfermeira do Hospital Santa Helena, na tarde de quarta, com uma criança nos braços e alegando que teve parto normal em casa.
Conforme o relato da profissional, registrado em boletim de ocorrência, a suposta mãe chegou andando normalmente e sem indícios de ter passado por um parto normal. As autoridades não descartam a possibilidade de interesse em traficar a criança, já que a suspeita possui filhos.