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Sexta-feira, 01 de Novembro de 2024, 09h:23 - A | A

Em entrevista para jornal

Lira diz que PT pediu vaga no TCU para apoiar Hugo Motta em eleição

Presidente da Câmara afirmou que partido reclamou que "nunca tiveram um representante no Tribunal"

Terra

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que foi fechado um acordo para que o Partido dos Trabalhadores (PT) indique representante a uma vaga no Tribunal de Contas da União (TCU). Em contrapartida, a legenda apoiaria a candidatura de Hugo Motta (Republicanos-PB) à presidência da Câmara.

"O PT solicitou a indicação da bancada deles. Eles reclamam que politicamente nunca tiveram um representante no TCU. [Há o compromisso] com o PT, sim, de eles indicarem a vaga", revelou Lira durante entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, publicada nesta quinta-feira, 31.

Com a aposentadoria de dois ministros se aproximando, o TCU abrirá duas novas vagas até 2027, e a indicação de novos nomes pela Câmara dos Deputados entrou nas negociações. "Procurei trabalhar o tempo todo para construir uma candidatura que unificasse, que pudesse convergir", explicou o atual presidente da Câmara

"Tudo que está acontecendo é fruto de muita confiança entre partidos e deputados, que vão amadurecendo para saber diferenciar a luta administrativa dentro da Casa das lutas ideológica por pautas e por bandeiras no plenário", completou.

Questionado sobre o que entrou no acordo para o PT apoiar Hugo Motta, Lira respondeu que sua relação com Lula e com o PT "não é antiga". "Mas a minha relação dentro da Casa com os deputados dos partidos é [antiga]. Conheci pessoalmente o presidente após a eleição dele, aqui nesta Casa. Toda a nossa conversa a partir daí se confirmou através de ações corretas e apoio ao governo naquilo que assumimos."

Segundo o deputado do PP-AL, Lula afirmou que Lira teria a preferência de conduzir a sucessão. "As negociações são administrativas. Espaços na mesa, nas comissões, as relatorias. E muitos partidos trazem pautas". (...) O PT solicitou, sim, a indicação da bancada deles. Eles reclamam politicamente que nunca tiveram um representante no TCU e, quando tiveram candidatos, não tiveram êxito no plenário, que é a segunda etapa", enumerou. 

Durante a entrevista, Lira ainda avaliou o resultado das eleições municipais deste ano, que apontaram para um crescimento do centro e da direita: "Na minha visão, eleição municipal é uma coisa, eleição nacional é outra. O Brasil é um País mais conservador, de centro-direita. O que é o retrato do País? Um País de centro-direita no Parlamento e um governo progressista, no Executivo, o que obriga convergência de trabalho, de discussão, de construção."

"A política criou um estereótipo de que político bom é aquele que dá tapinha nas costas, ri e só diz o que as pessoas querem ouvir. Eu faço política há 34 anos, nunca mudei a minha maneira de ser com relação às pessoas. Sou duro, carinhoso ou amigo quando tem que ser. Não minto, não blefo, faço a política reta, e as pessoas talvez gostem", finalizou Lira.

 

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