O Parlamento da Rússia aprovou nesta quinta-feira (17) um projeto de lei que proibe qualquer tipo de propaganda direcionada a adultos sem filhos.
O projeto, enviado pelo governo, faz parte de um plano do presidente do país, Vladimir Putin, para incentivar o aumento da taxa de natalidade, em queda na Rússia. Putin pediu que as mulheres tenham "pelo menos três filhos".
O texto aprovado nesta quinta determina que nenhum meio de comunicação, redes sociais ou outdoors podem veicular qualquer tipo de material que "desencorajam" pessoas a terem filhos ou que "retratem um estilo de vida sem filhos como atraente". A infração fica sujeita a multas.
Os deputados aprovaram o projeto em primeira votação e por maioria absoluta.
Também nesta semana, Putin, que retrata a Rússia como um bastião de "valores tradicionais", encorajou as mulheres a terem pelo menos três filhos para garantir o futuro demográfico do país.
"É importante proteger as pessoas, principalmente a geração mais jovem, de ter a ideologia da ausência de filhos imposta a elas na internet, na mídia, em filmes e na publicidade", disse o porta-voz da Duma, Vyacheslav Volodin, um poderoso aliado do presidente Vladimir Putin.
"Continuamos a formar uma estrutura legal unificada para a proteção de crianças, famílias e valores tradicionais."
A questão assumiu mais urgência para as autoridades depois que dados oficiais divulgados no mês passado mostraram que a taxa de natalidade da Rússia caiu para o menor nível em 25 anos.
Enquanto isso, as taxas de mortalidade estão aumentando, sem fim à vista para a guerra de Moscou na Ucrânia, onde soldados russos, como seus colegas ucranianos, estão sendo mortos e feridos em uma guerra de desgaste. Os números oficiais de baixas são um segredo.
A vice-presidente da Duma, Anna Kuznetsova, disse no início deste mês que a lei era parte da "estratégia de segurança nacional" da Rússia. Ela está sendo defendida por Vyacheslav Volodin, um poderoso aliado de Putin que é presidente da câmara baixa.
Volodin acusou o que as autoridades descreveram como o "movimento sem filhos" de desvalorizar a instituição da família com uma ideologia que encoraja uma "recusa consciente de ter filhos".
Ele disse, no entanto, que a lei não é sobre criminalizar mulheres que decidem não se tornar mães.